sábado, 9 de abril de 2011

First page

Estava de volta da minha colecção de cd's quando decidi organiza-los por categorias. Cheguei então à conclusão que assim ficavam também ordenados cronologicamente, por fases. - sim, eu faço uma colecção de cd's por mais que achem do século passado. Amo cd's e vinis, tal como amo escrever com uma caneta ou um lápis. 
A música tem mais significado na minha vida do que aquele que eu já pensava ter. Só através da música dá para ver as três fases da minha vida mental, e claro, consequentemente de "estilo". É exactamente o antes, o durante e o depois. O antes da Gabriela, o durante a Gabriela, e o depois da Gabriela. Pois bem, a Gabriela foi aquela, quem em tempos de inocência, eu achava ser o amor da minha vida, e o para sempre. Eu já disse que foram em tempos de inocência? Oh, okay. Era tudo muito bonito ao inicio, tudo muito perfeito, pelos menos aos meus olhos. Mal eu sabia e/ou sonhava de todas as mentiras, de todo o controlo psicológico e de toda a manipulação. Para o fim já eu notava que tudo se baseava em jogos mentais e doentios. Não, não a culpo de tudo. Pelo contrário! Até me culpo a mim por ter criado toda esta situação e por tanta inocência. Antes de tudo isto eu era uma criança feliz. Tinha a mania que era da street e do yo (pena foi ter passado do yo para o you) e só ouvia Hip Hop e Rap e afins. Durante passei a ouvir o Pop para ser tudo muito romântico e belo, tal e qual como as belas mentiras dela. No depois foi aquilo a que eu chamo o "back from the dead, brought into life". A recuperação fatal. Fatal para todas as "pessoas" que fui anteriormente, é claro. Ou seja, o depois é o agora que espero que seja o meu para sempre. Espero ser o rock eterno, a mulher forte de sempre que apenas se perdeu por uns tempos algures, com o sarcasmo enfiado entre os dentes e a bipolaridade característica.
(Estou a lembrar-me que já escrevi aqui algo do género mas agora a perspectiva é completamente diferente.)
Nesta ultima fase já tive muitos sentimentos em relação à pessoa. Já passou pelo ódio, pelo nojo, e agora está numa fase entre a vingança e o desprezo. Tenho às vezes a vontade de voltar a falar com ela mas acho que é mais numa de lhe mostrar que caguei nela, superei e que agora sou muito melhor, tanto sozinha como acompanhada mas principalmente sem ela. 
Eu sei, eu sei que dou demasiada importância a quem não merece mas a minha veia vingativa não me larga. Não me sinto culpada por isso. Pelo contrário, temos pena.
Neste momento não considero que este tenha sido o amor da minha vida. Até porque depois disso já vieram pessoas com um significado maior a nível sentimental. Tenho pena de ser um acontecimento demasiado importante e marcante, isso sim. Mas não há nada que possa fazer agora. Eu costumo dizer que só me arrependo do que não faço e no fundo não me arrependo de nada disto, por que me ensinou e muito mas de certo modo é algo que me desilude.
Esta provavelmente deveria ser a primeira página deste blog. - sim, o "página" tem o seu significado lógico.Mas este blog, tal como a vida, nem sempre tem um sentido lógico.
Vou voltar a enfiar-me no quarto com os meus amados cd's. Algo curioso é que não tenho um único cd do durante e ainda bem!

p.s. É espantoso como as pessoas se podem tornar em meras fases e normalmente é sempre em fases de merda. 

5 comentários:

Joana Villacampa disse...

hey adorei (...)

Kika disse...

Parabéns por ter escrito isto ;)

Ariane disse...

não entendo o porquê mas suponho que deva dizer obrigada :)

Ariane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

engraçado , tb tenho uma veia vingativa, por mais que tente ela nao me deixa e acredita que te percebo : )
Tens que me mostrar essa colecção de cd's , achei a ideia brutal , uma pessoa ate se apercebe como já foi , e o que ouvia e agora fica olhar !
adorei ;)
******
S